Happy Hour

Arquivo : entrevista de emprego

Jovem finge ser cliente para conseguir entrevista de emprego (e deu certo)
Comentários Comente

Happy Hour

O dinamarquês August Laustsen inventou uma empresa na qual ele exerce todos os cargos de chefia

August Laustsen inventou uma empresa na qual ele exerce todos os cargos. Foto: Reprodução

Cansado de enviar currículos, mas não ter um retorno sequer, o dinamarquês August Laustsen, 26, teve uma ideia diferente para chamar a atenção de agências de publicidade e conseguir uma entrevista de emprego.

De acordo com o site “AdWeek”, o jovem diretor de arte, que vive em Estocolmo, na Suécia, resolveu fingir ser o que todas as empresas procuram: um cliente. Ele enviou um e-mail para várias agências da capital sueca dizendo ser diretor de marketing de uma empresa chamada Emerih e estar à procura dos serviços delas.

No entanto, no e-mail enviado às agências, August alertava quer era fundamental que o departamento de criação desse uma olhada em seu site antes de seguir adiante. É nessa hora que a mentira é revelada. Em seu site, o jovem explica por que fingiu ser um cliente.

“Eu sei que diretores criativos recebem uma tonelada de e-mails de jovens talentos, mas nem sempre têm tempo para responder. Então, para conseguir a atenção de vocês e a possibilidade de mostrar o meu portfólio, eu fingi ser alguém com quem todos vocês gostariam de falar: um novo cliente”, diz a página.

August também explica que o nome de sua empresa também é falso. Na verdade, Emerih é “hire me” (contrate-me, em inglês) escrito ao contrário.

Além disso, o site funciona como uma espécie de currículo do jovem. Traz, de maneira humorada, informações sobre sua formação, empresas nas quais trabalhou e alguns de seus pontos fortes e fracos, algo que os recrutadores quase sempre perguntam.

E se você acha que os possíveis chefes de August ficaram irritados ao descobrirem que foram enganados, está equivocado. O jovem garantiu ao “AdWeek” que o retorno foi bastante positivo. Em quatro dias, ele diz ter conseguido sete entrevistas de emprego. Em uma delas, ele foi contratado.


Entrevista de emprego: se para você é um drama, para ele é motivo de piada
Comentários Comente

Happy Hour

Procurar emprego não é uma tarefa fácil. Os candidatos enfrentam muitos problemas no caminho para conquistar a tão sonhada vaga.

Noites em claro disparando currículos, anúncios com requisitos difíceis de serem alcançados, processos com inúmeras etapas que se arrastam por semanas, perguntas desagradáveis na entrevista, longas dinâmicas de grupo com atividades que parecem não levar a nada e a expectativa por uma resposta do RH que nunca chega são algumas das experiências ruins enfrentadas.

Isso para descobrir, ao final, que a vaga ficou com o sobrinho do dono da empresa.

Esse tipo de infortúnio é inspiração para as piadas de Raphael Palazzo, paulistano de 21 anos que criou e administra a “Entrevistamento”, página do Facebook que brinca com o martírio para arranjar um emprego.

Grande parte dos memes da página, que tem mais de 570 mil curtidas, é criada com fotos de bancos de imagens da internet, em que o jovem escreve legendas engraçadas, como diálogos esdrúxulos entre candidatos e entrevistadores.

Ideia após frustração

Ele diz que a maioria das ideias é sua, mas também posta sugestões de seguidores, eventualmente. “As ideias surgem a partir das experiências com processos seletivos, e também de relatos ou de situações que ainda vejo no dia a dia.”

Raphael Palazzo criou a página "Entrevistamento"

Raphael Palazzo criou a página “Entrevistamento”

Palazzo diz que criou primeiro o perfil no Twitter há cerca de dois anos, após ficar frustrado com a longa seleção para um estágio em marketing de uma multinacional de varejo. “Entre uma delas (etapas), não entraram mais em contato. Soube posteriormente que tiveram de abrir a mesma vaga novamente, após menos de três meses de contratação”, conta.

Recém-formado em publicidade e procurando emprego, ele diz que já passou por algumas situações ruins em processos. “Em uma delas, a luz acabou na região, e tive de prosseguir a apresentação da dinâmica com uma lanterna que carregava na mochila. Infelizmente, não viram ‘possuir uma lanterna’ como um diferencial”, brinca.

Dinâmicas de grupo são odiadas

As dinâmicas de grupo, inclusive, são a pior parte da busca por trabalho, para ele e grande parte de seus seguidores.

“Há um consenso na página de que as dinâmicas em grupo são as mais odiadas e, ao mesmo tempo, uma das etapas onde mais são relatadas situações desagradáveis”

Mesmo caçoando tanto do trabalho dos profissionais de RH, Palazzo diz que eles não costumam ficar magoados. “Incrivelmente, tenho um feedback muito bacana deles! O ‘Entrevistamento’ não é uma militância, então eu entendo que, de fato, nem sempre o RH tem culpa e, muitas vezes, os profissionais da área sofrem com o excesso de responsabilidades.”

Além do Facebook e do Twitter, o “Entrevistamento” também tem página no Instagram e canal no Youtube.

Jogo rápido

O Blog Happy Hour fez um jogo rápido por e-mail com Palazzo para saber se ele está afiado depois de tanta experiência com o mundo das entrevistas de emprego.

Happy Hour: Você está desempregado?

Raphael Palazzo: Eu não diria desempregado, eu diria que estou exercendo uma atividade não-remunerada com foco em prospecção de empresas interessadas em efetivação e crescimento profissional de terceiros que sejam, na verdade, minha pessoa.

HH: Quantos currículos você já imprimiu na vida?

RP: Aproximadamente o mesmo número de estrelas no céu.

HH: Qual é o seu maior defeito?

RP: Perfeccionista… Brincadeira, hahahahaha.

HH: Se você fosse um animal, qual seria?

RP: Uma formiga, pois ela é excelente em trabalho em equipe. (Brincadeira, um bicho-preguiça mesmo).

HH: O que gosta de fazer nas horas livres?

RP: Cursos de Excel… Avançar no mercado… Enviar currículos…

HH: Você fez intercâmbio?

RP: Claro! Morei em Londres! Na região de… É… Éééé… Do centro…

HH: Tem pacote Adobe ou pacote Office?

RP: Ambos. Eles são almas gêmeas. *—*

HH: O que prefere: vale-refeição ou refeitório da firma?

RP: VR! Sem dúvida, VR! Não que seja ruim aquele refeitório pequeno e abafado, com 25 funcionários e só um microondas, onde alguém chega com uma lasanha congelada e todos têm de esperar 15 minutos para esquentar sua comida.

HH: A culpa é sempre do estagiário?

RP: E de quem mais seria?

HH: Você sabe qual é o segredo para conseguir um emprego? Poderia passar para a gente?

RP: Claro que sei! O segredo consiste em seis palavrinhas mágicas: “Tio, tem vaga lá na empresa?”.

Leia mais:


Teste de emprego avalia como você reage a um pedido trocado no restaurante
Comentários Comente

Happy Hour

entrevista-de-emprego-1385667637932_615x300

Chefes e recrutadores usam diferentes técnicas para selecionar candidatos a um emprego. Enquanto muitos não arriscam, optando por entrevistas tradicionais, testes e dinâmicas de grupo, outros preferem uma abordagem mais inusitada.

Esse é o caso de Walt Bettinger, presidente da Charles Schwab, multinacional de serviços financeiros. Ele prefere criar uma armadilha ao candidato e contou sua estratégia ao Vault, site americano sobre empregos e carreiras.

Bettinger diz que às vezes marca a entrevista em um restaurante, durante o café da manhã, mas chega antes do horário combinado. Então diz ao gerente do lugar: “Quero que você erre o pedido da pessoa que vai tomar café comigo. Está tudo certo, vou dar uma boa gorjeta. Mas erre o pedido”.

Bettinger diz que faz isso para saber como o candidato se comporta quando recebe um prato diferente do que pediu. “Vai me ajudar a entender como eles reagem às adversidades. Ficam chateados, frustrados ou compreendem?”, conta. “É só mais uma maneira de olhar em seus corações, em vez de suas cabeças.”

Sucesso e fracasso

A entrevista, claro, não para por aí. Ele também pode perguntar sobre o maior sucesso e o maior fracasso do candidato. O objetivo é saber se sua visão de mundo gira ao redor de si mesmo ou dos outros. A resposta não deve ser narcisista. O melhor é falar sobre um fracasso ou sucesso da equipe em que trabalha.

A pergunta final

Ao final da refeição, ele faz uma última pergunta, mas muito importante, que deve ser respondida corretamente ou colocará em risco o sucesso na entrevista: qual o nome do garçom que os atendeu?

Bettinger diz que, durante a faculdade, manteve uma média perfeita de notas. Para garantir isso ao final do curso, precisava ter sucesso em uma última prova. Por isso passou horas estudando e decorando fórmulas.

Na hora do teste, o professor entregou apenas uma folha de papel em branco.

Ele então disse: “Ensinei a vocês tudo o que podia sobre negócios nas últimas 10 semanas, mas a mensagem mais importante, a pergunta mais importante, é essa: qual é o nome da moça que limpa este prédio?”

“Isso teve um impacto poderoso. Foi o único teste em que fui reprovado na vida. E foi merecido”, diz Bettinger. “Seu nome era Dottie, e eu não a conhecia. Eu já tinha visto ela, mas nunca perguntei seu nome. Eu tentei conhecer todas as ‘Dotties’ com quem já trabalhei desde então.”


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>